quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

MInhas pendências

Estive falando várias coisas aqui sobre a viagem, de forma quase que descritiva. Acho que preciso escrever com mais paixão - ou emoção - sobre algumas questões. Minhas pendências são: meu parceiro de quarto: Kandel, "Do público em Portugal", das impressões sobre os portugueses e a disciplina de Antropologia Jurídica:


1 - Kandel é uma pessoa, digamos, diferente. Está fazendo mestrado em Gestão de florestas, me pareceu que existe uma preocupação com a questão do desenvolvimento sustentável e isso me agradou. Não fala quase nada em Português e estamos nos virando no inglês. Ele é do Nepal, e ficará somente até o fim deste mês, então nosso contato será curto. A diferença cultural é notória, mas ele já me parece mais um desses estudantes que estão perambulando pelo mundo para se qualificar, num processo que acaba por afastá-lo de casa, de sua família e de suas raízes culturais. Apesar de ser do Nepal, ele não é hindu. Pessoa calma, não sai muito. Enfim, a oportunidade de conviver com alguém desse tipo é - como diriam os portugueses - fish!.

2 - Salvem o "público" de Portugal. Tudo aqui é pago. Às vezes as pessoas confundem o "mais barato" com o público. Acho que isso se deve ao processo de abertura - desmonte - do setor público que aconteceu com o neoliberalismo, quase que uma tragédia-anunciada-travestida-de-aperfeiçoamento-dos-serviços. Senti falta de uma crítica, tanto na academia quanto nos corredores, a esse sistema quase público de utilizar dos serviços. Na UNL, onde estudo, eu não pago "propinas", por ser Erasmus, isso significa que um estudante que quiser estudar aqui, mesmo sendo uma instituição estatal, precisa pagar. E muito. Na saúde basicamente a mesma coisa, assinei um pedido à Assembleia que algumas pessoas estavam recolhendo em frente ao Centro de Saúde, a idéia é garantir o que constitucionalmente já existe, impedindo que a universalização acabe. Coisas do mercado, não é? Parece-me que um bom cronista poderia escrever boas peças sobre um indivíduo que se chama Público, sendo esmurrado até a morte em terras lusitanas. Quem sabe...

3 - Depois escrevo sobre a disciplina de Antropologia e sobre as impressões dos portugueses.

Nenhum comentário: