segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Do mirante

Daquele lugar tudo era possível: ver a noite e o dia entrecortados, ver os casarões de onde respingava história, ver o rio que é mais que rio...
Ainda, as árvores mesmo desfolhadas - mais que meras coadjuvantes - eterneciam aquele lugar e lhe davam um quê de paixão e saudosismo.
A cidade lá embaixo, sábia que é de sua beleza, faz questão de criar espectros luminosos quase desconhecidos ao cair da tarde, para confundir e fazer suspirar os seus observadores.
O pequeno barulhar da fonte, o antigo mapa à frente, os detalhes na calçada, tudo parecia conjurar para que as pessoas pudessem ir além dos olhares, ir além das fotos descritivas...
Aquele mirante mostrava mais que a beleza da cidade, buscava o outro lado do Atlântico.

2 comentários:

Clarrissa disse...

Penso que desse mirante vê-se o tempo sem fronteiras. Tempo... sem artigo. Vê-se o mar fluido e lento, como a história que resite, eterna.

Abraço, moço!

*Obrigada por adiconar meu blog aos favoritos.. rs.. só agora que vi =).

Hugo Belarmino de Morais disse...

olá clarrissa! estou começando nessas coisas de blog... mas acho q vc acertou em cheio. deste mirante não há isomorfimos entre o tempo cronológico e o tempo psicológico. para cada um o tempo, sem artigo, passa de uma forma peculiar. abraço!