segunda-feira, 18 de maio de 2009

O dilema

Certa vez me preocupei sobre como ser militante e ser acadêmico ao mesmo tempo. A priori, são duas coisas possíveis de fazer junto, até porque isso acontece muito na prática. 
O dilema, no entanto, é o seguinte: enquanto acadêmico temos mais "liberdade" de criticar, no sentido de questionar a ordem posta, de pensar no processo de transformação radical, de dizer que está tudo errado (inclusive nós mesmos, já que estamos "legitimando" vários dos espaços que criticamos e dizemos que são conservadores - sobretudo a própria Universidade); no que tange à questão da militância, o dilema é relativamente inverso, pois precisamos de "dialogar" com instâncias e instituições que de certa forma impedem uma discussão mais radicalizada, precisamos ter "tato" para conseguir conversar... a opção ideológica identifica quem são aliados e quem não são, mas a necessidade impõe conversas e articulações não tão agradáveis (perceba que para o Direito isso é ainda mais presente, haja vista a atuação no sistema judicial e nas instâncias administrativas).
Refletindo mais um pouco, e depois de uma certa inversão metodológica, essa visão se dissipa, ao menos em parte. Por um lado, porque se a análise fosse assim tão simétrica e tão dicotômica, estaríamos negando a contradição intrínseca aos dois espaços. Estaríamos, de certa forma, sendo anti-dialéticos.
A realidade nos mostra que a Universidade, mesmo que busquemos algo diferente, não é espaço de "liberdade" nem de "crítica" - cada vez mais estamos submetidos a um conjunto de teorias e metodologias conservadoras, que não privilegiam a crítica estrutural. De outro lado, a atuação militante, sendo consciente de suas opções e de seus objetivos estratégicos, pode ser um espaço extremamente importante para os sujeitos e movimentos sociais - protagonistas desse processo.
Lidar com a contradição sem perder o rumo talvez seja um dos grandes desafios de quem está nesses dois espaços. Até porque outros dilemas aparecem como, p. ex., a crítica feita ao academicismo sem prática e a crítica ao ativismo (ou judicialismo) sem reflexão teórica. 
Que a dialética nos ajude.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

festa de paratibe

apesar de muitos problemas de articulação e mobilização do NEP, acho que a Festa em Paratibe ontem foi acima da média. Conseguimos fazer a apresentação do Teatro (A historinha de Seu Lixo e D. Tralha) e as apresentações da Capoeira, Break e Percussão rolaram massa! 
A chuva quase que atrapalha.
Quem está mais à frente das coisas não é bem o NEP, já que Carla, Alexandre e Cesinha - que efetivamente construíram essa história junto com Pitoco e o povo da Comunidade - são os verdadeiros responsáveis. Acho que fomos bem naquela pequena participação na peça e na ajuda da decoração, etc. Que seja possível, agora, mais participação efetiva no cotidiano da comunidade. Só assim um projeto de extensão popular vira popular. 

quinta-feira, 7 de maio de 2009

vou tentar voltar mesmo

estava pensando cá comigo, a exemplo de outros blogs que costumo entrar, que não é fácil mesmo escrever atualizadamente em blog. mas não deixa de ser interessante escrever.
desde a última postagem eu me tornei bacharel em ciências jurídicas pela UFPB (ou seja, me formei finalmente... grande coisa...) e consegui passar no mestrado daqui, área de concentração em Direitos Humanos. as aulas já começaram. nada de mais.
Meu horário semanal agora vai sendo preenchido e preciso de mais organização para os estudos e outras coisas, no entanto, acho que as coisas vão andar.
No NEP as coisas estão meio paradas, apesar de termos feito planejamento. Na Digna as coisas estão meio planejadas, esperamos que não paradas. :)
Tou estudando Metodologia das Ciências Sociais. Em casa. Porque nas aulas temos uma visão reducionista desse negócio de Teoria do Conhecimento, Ideologia, Ciência, etc. É mais ABNT mesmo.
Já nas aulas de Dialética com Zé Neto, a história é outra. Cada vez me encanto mais e tento comprender melhor essa coisa de Dialética - apesar de ser bem difícil de colocar nas nossas cabeças fÔrmadas de maneira positivista. Vamos tentando.
Estou dando aulas também (estágio docência). Direito Constitucional. A priori, sem comentários.