segunda-feira, 24 de março de 2008

Escrevendo um pouco mais

Pois bem, como havia dito no último post, só podia escrever mais alguma coisa na segunda ou na terça. Agora vão meus comentários.

A Viagem até a Espanha foi tranquila, alugamos carro (eu, Bernardo,Rodrigo e duas amigas dos meninos) para economizar e acabamos conseguindo pegar um carro a dieses (aqui, gasóleo) o que também facilitou.
Com o meu guia do viajante na mão (obrigado cunhadinha!) e com mapas das estradas de Portugal e Espanha foi mais ou menos tranquilo nos encontrar. Chegamos a Sevilla muito tarde já, perto de 1h da manhã. A cidade é grande e foi muito difícil nos achar na cidade e também não queríamos pagar albergues muito caros, o que acabou fazendo com que nós deixássemos o carro em um estacionamento público e saíssemos direto para o bairro da Santa Cruz, conhecido pela agitação noturna. Um adendo: eu, rodrigo e bernardo fizemos questão de pegar cada um um vinho, e saímos pelas ruelas do bairro de santa cruz sem entender porque todos nos olhavam... a questão era que não se podia andar com garrafas de vidro nas ruas, parece que nem beber se pode nas ruas de Sevilla... dá multa de 150 euros... doido é doido. Ainda bem que deu td certo.
Ou melhor, não tão certo assim, pois acabamos nos perdendo e ficamos procurando o lugar do carro por três horas, o que deixou todo mundo estressado e meio puto da vida.
Voltando para o carro, dormimos um pouco por lá mesmo e fomos buscar os mapas turísticos da cidade no outro dia, para tentar fazer um roteiro da cidade e procurar lugares baratos para ficar. A questão é que Sevilla é a quarta maior cidade da Espanha, e na Semana Santa tudo fica muito lotado... resultado: não achamos lugar barato pra ficar.
A cidade é bem cosmopolita e organizada, é cortada de norte a sul por um rio (acho que o nome é guadalquivir) e tem uma orla bem legal, onde as pessoas fazem piquenique, bebem alguma coisa, enfim. Como toda cidade no Sul da Espanha, Sevilla ainda guarda resquícios da época do domínio mouro, traduzido muito bem na sua Catedral. Gente, essa Catedral é enorme e conta-se que ela foi construida pelo mouros e depois modificada pelos cristãos. Tirei fotos do lugar, não se preocupem.
Passamos também pela Plaza de Espanha, construída no início do século xx para abrigar competições esportivas, mas que não deu certo. A praça é linda, semicircular, com azulejos homenageando as principais cidades da espanha de um lado, uma torre do outro e uma fonte no meio. Belo lugar.
A cidade em si é muito bonita e senti um pouco de tristeza por não termos desfrutado melhor dela, porque como estávamos bem cansados, decidimos ir à Cordoba, pois haveria mais possibilidade de encontrarmos lugares baratos. No fim do dia, perto das 18h, fomos para Córdoba e conseguimos um Hostel barato e bem no Centro Histórico.
Em Córdoba foi mais tranquilo pois pudemos descansar à noite e acordamos cedo para visitar os lugares.
A Mesquita de lá (a influência moura é uma tônica da viagem inteira) é a terceira maior em extensão territorial, e conserva, curiosamente, um hibridismo religioso notável. Quando do domínio cristão foram feitos altares, colocadas imagens, etc, mas foram conservados elementos da cultura islâmica e também algumas coisas judaicas. O resultado é uma enorme mesquita, com mais de 850 pilares perfeitos, cobrindo mais de 1000 anos de história.
Além da mesquita pudemos olhar o alcazar (tipo um forte) dos reis católicos, construído para abrigar a familia real espanhola quando da tomada da cidade.
Também margeada pelo rio anterior, Córdoba é uma cidade com duas histórias: uma da época dos mouros, concentrada no centro da cidade, lugar que inclusive é todo murado (as cidades mouras tinham muita proteção por conta das constantes batalhas pelo território), e que tem um bairro judaico também nesse centro, la juderia, cheio de pequenos lugares com flores, cheiro agradável, boa comida, mistura de sons... enfim, uma verdadeira aula de história não ocidental. Por fora dos muros, é uma cidade moderna, com ruas e calçadas novas, muitas lojas e totalmente ocidentais. Belas praças e belas igrejas também compõem este cenário, lugares que foram inspiração para vários poetas, inclusive Cervantes, que cita a Praça do Potro em Quixote.
Acabada a aventura em Córdoba, fomos para Granada, também no fim do dia, na promessa de termos lugar para ficar e para tormar banho. Não foi tão certinho assim, pois já havia muita gente na casa da Nila, amiga de Bernardo e acabamos dividindo pessoas para ficar na casa dela e para dormir no carro. Dormi no carro.

Granada, Sierra Nevada e Évora em outro post.

Continua.

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